segunda-feira, 28 de junho de 2010

Gotas

Quanto vale uma gota de suor?

As minhas tem valido tão pouco.

domingo, 27 de junho de 2010

Mosaico

Agora um pouco menos de abstração no conceito, mas ainda na forma.
Um mosaico sobre o sapo e seu entorno. E sobre quem não deixou de estar em torno.


Antes uma lembrança, pelo saudo da saudade, pelo perfume que ficou e por aquele tanto de cores e flores do capítulo anterior. Mas também pelo existencial, do motivo de ser sapo.


Este alterego, o sapo, tem algumas razões de ter sido inventado.


Quanto àquela história paralela:

Há um objeto que captura todos os sonhos do sapo, e que também hoje habita o maleiro.
Um dia habitou o ambiente do ego. Foi peça fundamental na convivência da consciência com o sonho.

E o que tem demais?

Simplesmente, tudo.


Há um ser que consegue, como mágica, reunir em pouco mais de um passo numa parede todos os sonhos do sapo. Consegue derrubar o sono do ego e transformar, de forma esvoaçante, todo o poder de abstrair.


Assim surgiu um mosaico, que lá em cima foi apresentado como um quadro que fica virado pra parede.

É... Estranho ficar virado pra parede. Mas nesse caso o alter ainda perde para o super na vontade de prevalecer sobre o ego.


Capturar sonhos é um poder muito grande. Esse ser o fez. Reuniu todos em cores e o apresentou ao sapo, sem saber quão mágico aquele objeto era.

Aquela agoniazinha, que bate asas e mostra cores, faz o sapo perder a condição de senhor do tempo, de sonhador incondicional, sem saber e nem entender.


Aqui o sapo tem pressa e perde a noção atemporal, porque o saudo, da saudade, bate na porta do maleiro e pede para que o mosaico volte ao mundo do ego.


Triste? Quem sabe?

Acho que feliz. O mosaico tem o tamanho de um passo, mas quer tomar toda a parede do ego e do maleiro. Capturar novas cores, se juntar com o som.


Isso só vai acontecer se o paralelo voltar a se cruzar. Mas isso não depende do sapo.

domingo, 20 de junho de 2010

Cor

Pausa para uma homenagem a uma história paralela, que volta e meia se cruzava com esta.
Tão diferente, mas igualmente linda.

Linda... bem colorida.


“No meio de um monte de flores brancas que balançam com o vento, uma agoniazinha. Um bater de asas colorido que adora estar ali, mas precisa de mais cores; outras flores.


Uma estrada, longa e incerta. Buracos, morros, e mais estrada. As outras flores transformam tudo em dourado.


E as flores brancas? Saudades delas, mas as cores das flores atraem sua essência. Não se pode enganar a essência, que é nada mais do que cor.


Uma breve passagem pela cor: “A cor é um pedaço de cada coisa”.


O pedaço branco ficou guardado. O caminho incerto da estrada ficou dourado.

Então o bater de asas colorido encontrou suas flores, cheias de cores.


Hoje só se fala em cor. O som, e seu breve encontro com a cor não tem vez nesse momento. Merecido.

Este som está completo em meio ao branco, apesar de ecoar notas longas e ressonantes quando se lembra daquele colorido esvoaçante.


Esvoaçante colorido, que bate asas, que quer ser e ter, que mostra toda sua beleza em qualquer ponto do espectro, e que contrasta sem medo qualquer elemento cromático. Que charme. Essencialmente incomparável.


Queria saber como está agora aquela agoniazinha. Como se movimentam aquelas asas. Mas como misturar cor e som? Só se sabe que seria belo. Seria, como foi, e como não se sabe se um dia será. Mas, como o que importa é a condição absoluta do ser, a noção do tempo perde a vez, e tudo volta ao plano do sonho.


Ô sonho! Borboletas são feitas de cores, sonhos e movimentos. Então a cor, que sempre sonhou, bateu asas e voou”

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O cachorro preguiçoso

Agora uma história bem velha. Digo, e repito: se liguem no sentido abstrato da noção de velhice. É que aconteceu tanta coisa de lá pra cá, que essa meio que tinha entrado na gaveta.

O sapo tinha uma amiga esquila, que conheceu em cima de uma lixeira lá do Conhec.


Pausa para reflexão: dois pontos e abre aspas “foi lá, nesse lugar, que o sapo foi concebido como sapo”. Depois explico porque.


Danadinho esse sapinho. Já devem estar pensando que essa história é sobre todo mundo que o sapo pega. Tsc... Mas é que história boa de contar é a que dá errado.


A esquilinha morava lá no alto da terra de Iaiá. No inverno até neva.


Um dia eles foram comemorar o dia dos dois. Desceram, até pertinho de Iaiá, porque era mais bonito. O sapo deu uma boneca de pano com cabelinho de lã, beeeem parecida com a esquilinha, toda fofa. E a esquilinha deu um cachorro com sono. É, aquele mesmo que mora no maleiro com o sapo.


Viu? Precisava mesmo contar de onde veio o cachorro. Pelo perfil, era pra ser o guardião do maleiro, mas parece demais com o sapo, preguiçooooso.


O sapo e a esquilinha gostavam de ver ceninhas juntos. Mas o sapo não via, só ficava olhando pra esquilinha.


Enfim, depois de vários capítulos e muita evolução tecnológica, eles se reencontram na matrix.


Esperamos que a preguiça não faça o alto e o baixo de Iaiá ficarem tão distantes denovo.


A partir daí eu não sei mais, porque o sapo é mágico, mas não vidente.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Nuvens

Agora uma pequena mudança de cor. Tirando a roupa de sapo e parando de pular um pouco.

É tão engraçado, como os sonhos são voláteis. Parecem nuvens. Disformes, inconsistentes, quase inalcançáveis. Ao mesmo tempo enigmáticos e belos. A gente fica olhando pra eles lá em cima, pensando em formas mirabolantes de crescer, pular ou voar para alcançá-los.

Na maioria das vezes nos esborrachamos no chão.
Nessa hora entra a figura do pig spirit: “levanta pra cair de novo”. Aí vão os bestas e ficam na pegada do joão bobo.

Tem gente que morre sonhando coisas impossíveis.
A tia lá de Xique-xique quer porque quer conhecer o Silvio Santos.
Má oê! O Silvio é um andróide, pai da Maísa, que é um robô, e irmão do Lombarde, que é só uma voz, tipo o Charlie das Panteras e a babá do muppet babies que ninguém nunca viu a cara.

Mas, já dizia o mestre ancião do Xiriú: “divida seus objetivos em metas”.

Não enfia o sonho todo na boca que engasga fio... Vai comendo aos poucos, pelas beiradas, e deixa a parte do meio que tem mais goiabada pro final.

Assim, nas manhas, as coisas vão acontecendo. Óbvio que os pig spirits e as pedras de Drummond aparecerão. SEMPRE! E outra, final feliz e casamento coletivo é coisa de novela de Manoel Carlos. Se você não se chama Helena e não mora no Leblon, forget. A vida não tem final.

Comigo está sendo assim...
De todos os meus sonhos, os que tinham goiabada ou doce de leite eu comi, os que eram altos demais eu caí, os que eram impossíveis continuaram na esfera da impossibilidade e eu esqueci, e os nimbos estão começando a chover.