quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ostra


É tudo meio video game. Você vai passando de fase, ficando mais difícil, passando de fase, ficando mais difícil... Daí você encontra o chefão, toma uns cascudos, mas ganha do sacana. Quando pensa que vai ficar de boa, game over.

Ficar de boa é algo que já virou quase utopia. Tipo duende, eclipse a olho nu e mussurunga 2 vazio. Tem gente que jura que já viu.

Dava pra ser menos difícil. Não precisava ter dez pedras em cada degrau quebrado. O sistema do banco não precisava cair todas as vezes que preciso ir lá, o ladrão não precisava estar na minha rua ao meio dia, meu chefe não precisava me enrolar por dois meses e ameaçar a realização de um sonho.

Desistir?
Essa palavra tem pedido insistentemente para entrar no meu dicionário. Às vezes até seria útil, e necessária.
Seria?
Prefiro levar uns pontos na cabeça. O estoque de senocisses (ainda) não acabou.

Dessa vez vai ser bem difícil.
Odeio frio, odeio pessoas estranhas, odeio ficar longe de casa, odeio cozinhar, odeio lavar prato, odeio falar inglês. Mas amo me ver em pânico, e amo mais ainda ver gente engolir a seco e se engasgar com um “não vai dar certo”.

Eu sei como ninguém transformar um grãozinho de areia irritante em algo muito valioso.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

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Nunca havia conseguido colocar um ponto final.
Não acreditava em finais. Tolo.

Em apenas um dia tirou dois habitantes do seu coração, e deixou-os ir.
Não vai repor. Esses lugares vão permanecer vazios, com o tamanho do carinho que tiveram por ele.

O primeiro foi a primeira oportunidade do ego mostrar o quão alto poderia pular. Doou-se ao extremo, ultrapassou todos os seus limites, e chegou ao ponto onde queria.
Mas não comporta pulos mais altos, e o alter, sapo, dono do seu tempo, não se conformaria em ter aromas menos puros que os das nuvens.
Dói um pouco, mas supera-se.

O segundo foi uma boneca de pano.
Ah... Esse dói.
Nem se lembrava da última vez que havia chorado com soluços.
Pode às vezes parecer frio. Apenas tem outra forma de expressar, ou não, o que sente.
Sorrisos, carinhos, grudinhos, cabelos por todo lugar, sorvetinhos azedos, olhinhos fechados, preguicinhas, cosquinhas, cantar desafinado no ouvido três horas de banda Eva... linda. Até uma pedra choraria ao deixar ela ir.

Enfim...
Voltar ao brejo e fazer as malas para uma temporada de “Frozen Frog”.