terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Bola fora

Vamos falar novamente das minhas náuseas. O espírito competitivo e a deturpação do conceito de justiça são algumas das causas.

Comecei a jogar um baba às quartas-feiras com velhos amigos e amigos destes amigos. Já nos primeiros lances da primeira partida chutei uma bola de encontro a um jogador do time adversário e esta saiu pela lateral. O juiz improvisado, que estava muito longe do lance, deu a saída para o outro time numa decisão claramente aleatória. Eu, então, reclamei a posse da bola e solicitei ao colega que se acusasse, e ele não o fez, alegando que havia juiz e o mesmo era o encarregado das marcações.

O Fluminense foi rebaixado para a série B no campeonato brasileiro de 2013. Porém, por uma cagada monumental de um péssimo profissional do Direito e mais alguns outros fatores, a Portuguesa é quem foi agraciada com o descenso. Todos devem estar acompanhando o caso.

Não vou entrar no mérito dos embargos infringentes do mensalão, pois não tenho o mínimo de conhecimento técnico para tal, embora possua uma opinião a respeito que perpassa pelos exemplos acima.

A pergunta que me faço todos os dias é: cadê a porra da honestidade?

A necessidade de ganhar, de estar à frente do outro, de atender apenas a interesses próprios, são comportamentos arraigados em todos os níveis da sociedade. Por este motivo condeno qualquer tipo de desonestidade, desde a bola fora no baba até os milhões desviados de verbas públicas.
Mas quem sou eu? Mahatma Gandhi? Não. Mas tenho tentado tirar de mim este ranço.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Sem Zen

Os lugares por onde andei enquanto você me procurava me fizeram (olha, que coisa) bem mais intolerante, e isso está me matando um pouco.

Antes me permitia ficar calado. Parte por não ter um repertório vasto o bastante para encerrar o combate em poucos instantes, a la Anderson Silva, sem muito sangue. Dava um boi para não entrar em um conflito e uma boiada para permanecer fora dele. Isso me trouxe uma companheira inseparável que vive no meu estômago e dói pra cacete.

Sempre fui avesso a discussões, ainda mais quando percebia que era apenas exercício de retórica. Hoje estou um pouco diferente. Não consigo mais presenciar certas coisas sem ficar indignado. Cada vez mais situações me dão náuseas e vontade de puxar a cordinha do mundo e descer no próximo ponto.

Tenho saudades de viver zen, de olhar para as mazelas do mundo e me conformar com a minha incapacidade para mudá-lo, de pingar uma gotinha no incêndio e ficar feliz por ter feito a minha parte.