quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

uma boneca e um jardim

Viver, sonhar, permitir, desaguar, querer, sonhar...
E durante todo esse tempo o coração ficou feliz só de imaginar aquele sorriso.

Talvez o ego não tenha a ínfima razão da sensibilidade do alter verde. Talvez seja essa a razão dele existir. Talvez a razão tenha vencido o mar de emoções que habita estas linhas.

Porém, se há esse mar, ele existe de fato. Pode não ser pacífico, mas é quase tão imenso.

É triste saber que o que se mostra não consegue ser o que se sente, mesmo já tendo vivido exatamente o inverso. Mas agora não há auto-análise que resolva esse bloqueio.

Triste, mas sem uma lágrima.

Um dia o brilho do amor chegou, e plantou naquele lugar, não uma flor, mas o mais belo dos jardins. O reflexo daqueles olhinhos quase fechados o iluminava, e essa imagem ficará pendurada no maior quadro daquela parede amarela.

No quadro: um sapo, uma boneca, um sorvete de limão e um jardim.

Então o sapo se deitou, sorriu, e ficou com aquela linda lembrança.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Pé de Umbu



Lá o tempo não parou, mas tem uma preguiça descomunal. O jeguinho continua lá, mas agora tem rodinhas e bebe gasolina ao invés de comer capim.


O feijão não tem saquinho. A carne não vem do congelador. O fogão não tem gás. Tem internet, telefone... e tudo mais que inventaram pra resolver problemas que antes não existiam. Tem nada mais que o necessário pra viver sorrindo e dando bom dia a todos os vizinhos.


Aqui pouca gente sabe quem ele é. Lá todo mundo o conhece desde girininho, o que o faz voltar a se sentir como um.


Em uma conversa de girinos:


- Vamo comprar sorvete! O tio deu 5 reais.


- Tá. São quantos?


- Só quem for girino. São 6.


- Não... São 5. Eu, você, Pepê, Gabi e PH.


- Faltou Cacá.


- Mas Cacá não é girino.


- É como se fosse.


- É... parece mesmo.


Nessa hora ele não sabia se rolava no chão rindo ou se entraria numa crise de choro e soluços pela inclusão numa turminha de uma geração depois.

Preferiu a primeira opção.



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Num outro momento, à luz de uma lua inspirada pela companhia de nunca tantas estrelas, reuniram-se centenas de coelhos.

Como sabem celebrar. Não há em Far Far Away quem pule com tanto entusiasmo.


Certamente não há como apresentar-lhes um por um. Não por desmerecimento. Bem longe disso. Mas sabe como é coelho né? São muuuitos, e se eu esquecer um eu apanho.


Só 2. A raiz desse pé de umbu imenso.


Zai e Loro caminhavam de uma roça de feijão de corda para a outra, e certo dia se encontraram. Tão certo dia que até hoje Zai coloca o leite com nata na xícara de Loro quando o galo chama. Entre uma xícara e outra vieram 11 coelhos. De uma coelha veio o sapo.


Ham?!


É... a história é minha ué. Não tem coelho que bota ovo de chocolate? Aqui tem coelho que bota girino.



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Parece que o Papai Noel foi generoso esse ano e devolveu ao sapo o seu lugar. E que não saia de lá tão cedo.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Pxxx...

Tempo tempo, mano velho, falta um tanto ainda, eu sei, pra você correr macio...

Isso aqui tem sido muito mais C.A. do que Sapo. Preocupante.
Faltam insônias inspiradas. Sobram insônias tensas e derrotas pelo cansaço.

Não preocupavam muito as pedrinhas. Saltava qualquer everestezinho com a desenvoltura de Isinbayeva.
Ah vá! Dá um desconto... a motivação vem dessas frases de efeito. Mas pegaram o sentido da coisa né?

Querer saltar tão alto tem um preço. O real não é um sapo, e não tem lá joelhos muito bons.

O problema agora é aquele tempo lá de cima, que não vai deixar correr, e muito menos saltar, macio.

Só queria uma dose de slowmotion, colchão e silêncio...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O ego cronologicamente

Diziam que eu era maluco.
Rá! Como dizer o contrário depois de tudo que já foi dito, da forma como foi dito, neste blog?

Voltando a 1994...
No último dia de aula pró Marisa se dirigiu até tia Bete e falou com um sorriso entusiasmado:
- Dia 5 tem uma festa lá na Casa do Comércio. Carlinhos foi o melhor aluno da escola e vai receber um prêmio.

Não entendia direito o que aquilo tudo queria dizer, mas foi nesse dia que eu começou a ter noção do tamanho da sua cabeça. Praticamente uma rainha de copas.

Passando por 2005...
Chegava em casa certo de que o mundo estava errado. Não era pra tanto, mas também não tava.
Sem 1 puto no bolso, olhava para alguns exemplares paitrocinados e via que conseguiria ter e ser mais do que eles achavam que tinham e eram. Estava certo? Quem sabe?
Sei que saiu daquele mundo dos sonhos dos outros e procurou o seu. Sonho onde estaria inseguro, sozinho e contando apenas com algumas palminhas nas costas.

Perfeito!
O eterno imbatível das bolas ao ar uma vez disse que o segredo era a zona de desconforto.
Nada mais desconfortável do que acordar e perceber que daqui pra frente é com você. O medo deixa alerta, esperto, ágil. Isso pra uma cabeça sem limites é um banquete.

Chegando em 2010...
Foi tudo exatamente como imaginava. Tinha naquela época uma fração ínfima do conhecimento que tem hoje, mas o feeling sempre foi certeiro.
Difícil pra caralho!!! Sinceramente, não se sabe como suportou tudo que aconteceu. Parece que seu corpo tem 50 anos e sua cabeça vai explodir de tanta coisa dentro. Certamente vai passar com um merecido descanso.

Futuro...
Que descanso?
Dave Mathews lhe disse, numa certa madrugada, que Adam Sandler lhe convidava às vezes para atuar em seus filmes. E ele aceitava. Apenas porque aquilo lhe deixava em pânico.

Do que o sapo tem mais medo? Um doce pra quem acertar!
Deixar o maleiro é um desafio homérico para o sapo. Seu calcanhar de Aquiles é a distância de seu porto.
Por falar em porto, certa feita apareceu um mico leão verde e amarelo que lhe disse:
- Os barcos estão seguros nos portos, mas não foi para isso que eles foram feitos.

Bela hora para zarpar capitão gancho! Saquearemos as esquadras britânicas e ibéricas, e voltaremos com os porões cheios de histórias pra contar.