quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Meeeeeu Deus!


Acordava com frio. Nem sentia meus pés, que haviam saltado pra fora do edredon durante a noite. No outro cômodo já estavam os olhinhos puxados naquela carinha redonda e morena. E um sorriso me dizia bom dia, todos os dias, e fazia aumentar alguns graus pelo menos naquele termômetro gelado.

Cabiam tantas coisas naqueles olhinhos puxados. Dava pra ver um monte de saudade, um amor imenso por tudo que passou, mas também uma dedicação e alegria em estar realizando sonhos tão difíceis. Assim o sorriso permanecia la até a hora de dizer boa noite, por todos os dias.

A gente faz muitas coisas simples, que nem dá tanta importância, e se esforça para bem fazer apenas coisas grandes, que a vida impõe que façamos. Ela faz coisas grandes também, mas em cada grãozinho de arroz que cozinha, em cada fiapinho de poeira que retira, está um amor enorme. Difícil ver isso por aí.

Longe de ser Amélia. Nunca. Faz assim apenas porque não consegue sorrir sem ser com todos os dentes, e é feliz quando vê todos os dentes de quem está ao seu redor. Me fez mostrar todos os meus por um bom tempo. Cuidou de um crianção como se fosse o filho que vai ter um dia. Cuidou muito bem. Em alguns momentos eu via dona Lu ali me chamando pra almoçar, ou perguntando se eu estava triste.

Meeeeeu Deus! Acho que agora vou ter que crescer de verdade. Pensei que ia ser aqui (na Irlanda), mas ela não deixou.

Gordinha (té parece), volte logo!