sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Uh Tererê!

Nunca gostei de acordar cedo, principalmente aos finais de semana. Mas houve um período em que acordava às 6h de domingo para ver um dos melhores times de futebol que já existiu no início da década de 90.

Aposto que imaginaram o São Paulo de Raí e Palhinha, ou o Vitória de Pichetti e Alex Alves. Estes também foram grandes times, mas aquele era melhor. Imbatível. Ficou invicto por não sei quanto tempo. Tinha meu tio Luis na zaga e meu pai e meu primo Guiu no ataque. Uh Tererê!

O nome de Guiu é Ítalo. Até hoje eu não sei o motivo desse apelido.

O baba dos coroas da Lavínia (Lavínia Magalhães, rua da Boca do Rio) era “de lei”. Domingo cedinho a galera armava os golzinhos na rua e o campo de jogo ia da casa de Zé Cosme até a casa de dona Adélia. Era meio enladeirado. Sempre no par ou impar o melhor era escolher o campo de cima. A bola saía e a gravidade ajudava na hora de ir buscá-la.

10 minutos ou 2 gols. Empate sai os 2. Meu tio Luis não deixava passar nada com sua técnica defensiva. O sacana ficava pulando de um lado pro outro na frente da trave e ninguém conseguia acertar o tempo do chute. Isso minava emocionalmente (de risos) o adversário e sempre surgia um contra-ataque fulminante pra matar o jogo. Meu pai fazia a ligação e Guiu, único sub 30 do baba, se encarregava de botar a bola pra dentro.

Se naquele tempo existisse câmera digital, certamente o Uh Tererê teria aparecido no Bola Cheia.

Lembrei-me disso porque você gosta do Caetano, eu gosto do Gilberto Gil, você gosta da Timbalada, mas eu, 16 anos depois, vou voltar a pegar um baba na Boca do Rio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário