quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Ostra


É tudo meio video game. Você vai passando de fase, ficando mais difícil, passando de fase, ficando mais difícil... Daí você encontra o chefão, toma uns cascudos, mas ganha do sacana. Quando pensa que vai ficar de boa, game over.

Ficar de boa é algo que já virou quase utopia. Tipo duende, eclipse a olho nu e mussurunga 2 vazio. Tem gente que jura que já viu.

Dava pra ser menos difícil. Não precisava ter dez pedras em cada degrau quebrado. O sistema do banco não precisava cair todas as vezes que preciso ir lá, o ladrão não precisava estar na minha rua ao meio dia, meu chefe não precisava me enrolar por dois meses e ameaçar a realização de um sonho.

Desistir?
Essa palavra tem pedido insistentemente para entrar no meu dicionário. Às vezes até seria útil, e necessária.
Seria?
Prefiro levar uns pontos na cabeça. O estoque de senocisses (ainda) não acabou.

Dessa vez vai ser bem difícil.
Odeio frio, odeio pessoas estranhas, odeio ficar longe de casa, odeio cozinhar, odeio lavar prato, odeio falar inglês. Mas amo me ver em pânico, e amo mais ainda ver gente engolir a seco e se engasgar com um “não vai dar certo”.

Eu sei como ninguém transformar um grãozinho de areia irritante em algo muito valioso.

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